Público lota abertura do FIT Rio Preto 2024

Após uma noite de abertura que emocionou e animou o público com a Clarin Cia de Dança em Fênix – Onde nascem os sonhos na última quinta-feira, 18/7, o FIT Rio Preto – Festival Internacional de Teatro de São José do Rio Preto traz uma agenda recheada de espetáculos e ações [per]formativas na sexta durante seu primeiro fim de semana.
O espetáculo de abertura que aconteceu no Anfiteatro Nelson Castro, às margens da Represa Municipal e a primeira noite de Graneleiro, no Complexo Swift, reuniram juntos um público de cerca de 5 mil pessoas.

Para este primeiro fim de semana, a 55ª edição do Festival Internacional de Teatro de São José do Rio Preto (FIT Rio Preto) mergulha ainda mais no conceito “Curando a MEM{ÓRÌ}A”. São 21 atividades distribuídas entre peças, ações e atrações no Graneleiro.

O sábado fica marcado por quatro apresentações: Tchau, amor (Inquieta Cia, Fortaleza/CE), Dois cafés por uma memória (Geovanna Leite, São José do Rio Preto/SP), O ventre do traviarcado (Gaia do Brasil, São José do Rio Preto/SP) e Naquele Bairro Encantado – Ensaio para uma serenata (Teatro Público, Belo Horizonte/MG).

Em Tchau, amor, que possui texto e direção da encenadora e coreógrafa Andreia Pires (menção como Artista em Foco na edição 2020 da MITsp – Mostra Internacional de Teatro de São Paulo), uma narrativa ambientada em um bar une teatro, dança e performance, e coloca em movimento questões filosóficas do existir coletivamente e dos vínculos que nos atam em relações. As duas sessões no FIT Rio Preto são realizadas nos dias 20 e 21 de julho, às 21h, no Teatro Municipal Paulo Moura. É recomendado para maiores de 14 anos.

Pela manhã, a atriz rio-pretense Geovanna Leite proporciona momentos de trocas com o público em Dois cafés por uma memória. Seja por meio da escuta ou do compartilhamento, a intervenção também é uma provocação – e reflexão – sobre o que se tem entendido por memória. A partir da reprodução das receitas herdadas da avó, Geovanna constroi experiências interessadas nas vivências do público, onde uma pessoa por vez se senta e troca com a artista no Mercado Municipal, às 11h. Ela repete a experiência às 17h na quarta-feira, no saguão da Estação Rodoviária.

O curta-metragem O ventre do traviarcado, da drag queen Gaia do Brasil, resgata histórias da comunidade trans e travesti entre os anos 1970 e 1990, sob o olhar de artistas também trans e travestis. Dirigido por Maria Clara Ferré dos Santos, questões como a prostituição e o início da epidemia do HIV/AIDS atravessam as personagens, que precisam lidar com a opressão social e policial durante a Operação Tarântula. Neste sábado, a exibição gratuita é às 21h na Sala de Múltiplo Uso do Sesc, mas também passa pelo Graneleiro no dia 26, a partir das 23h.

Para quem perdeu a primeira sessão de Naquele Bairro Encantado – Ensaio para uma serenata na sexta-feira, o Teatro Público, de Belo Horizonte (MG), chega ao primeiro final de semana do FIT com mais duas apresentações da intervenção. Um grupo de velhos mascarados leva músicas e desperta memórias de moradores de dois bairros da cidade: no Lealdade e Amizade, em frente ao CRAS, no dia 20; e no Eldorado, em frente à Capela de Santo Reis, no dia 21, sempre às 19h.

Entre as ações [per]formativas do mesmo dia, a residência Danças que engolfam, palavras, tempo e espaço, da paulistana Cássia Navas, tem como objetivo discorrer sobre a dança, em suas camadas de fronteira com teatro e tudo mais que vier. Propõe-se uma conversa em torno de duas obras, em um giro epistêmico sobre a cena atual, na tentativa de decolonizar e des-modernizar discursos. A experiência ocorre na Casa de Cultura Dinorath do Valle, das 11h às 13h.

O encontro Teatro e Memória: o teatro frente ao desafio de descolonização da memória no mundo contemporâneo na Sala de Múltiplo Uso do Sesc reflete memória, passado, presente e futuro. O questionamento diante da incapacidade de imaginar futuros é realizado às 15h e oferece 30 vagas por ordem de chegada.

No ponto de encontro do festival, a noite no Graneleiro é composta pela atração audiovisual interativa (SELF[IA]), de Vinícius Dall’Acqua. Baseada em Inteligência Artificial e algoritmos gerados em tempo real, a obra percorre uma distópica narrativa de interpretações do passado, presente e possíveis futuros.

O DJ Set de Luizy Lebrusky traz o pop animado com clássicos e hits contemporâneos do gênero realizado por uma DJ drag, e também inclui faixas de eletrônica, garantindo uma experiência energética e envolvente.

Magia Negra é um encontro entre a poesia e a ancestralidade preta. No ritmo da poesia cantada por intérpretes e músicos da banda, o duo traz mensagens que surgem a partir das vivências de Diego Neves e Loren Lucca acerca de consciência racial, gênero, sexualidade, relacionamentos e seus convívios sociais.

Por fim, a DJ Simoníssima convida o público para uma viagem dançante por sucessos consagrados em novas roupagens e descobertas inusitadas. Carimbó, coco, ciranda, guitarrada, afrobeat, forró, samba, maracatu, tropicalismos, tins e bens e tais compõem Brasil Plural – Sotaques e boas vibrações sonoras vindas de todos  os  cantos desse Brasil plural. Do groove ao grave, tudo junto, misturado e mixado.

Para o domingo, além dos espetáculos que possuem apresentações nos dois dias, Memórias de Machadinho (Cia Bardos de Teatro, São José do Rio Preto/SP), Parahyba Rio Mulher (João Pessoa/PB) e Os quatro cantos de Elpídio (Cia Navega Jangada, Santo André/SP) encerram o final de semana no teatro.

O enredo de Memórias de Machadinho se passa em um museu onde o público é recepcionado pelo Dr. Simão Bacamarte, médico e acompanhante do escritor. O texto de Linaldo Telles propõe um divertido encontro entre Machado de Assis e seu personagem de O Alienista. Para reviver o passado do escritor, os personagens manipulam um brinquedo que representa Machado de Assis quando criança. Juntos irão revisitar os tempos de menino do autor, suas origens e como se tornou um dos maiores escritores do mundo. O espetáculo da Cia Bardos de Teatro será apresentado às 15h e às 19h, no Centro Cultural Sesi, com público limitado.

Depois da apresentação, a Cia Bardos de Teatro compartilha percepções, curiosidades, observações e quaisquer outras manifestações sobre obra, artistas, criação, motivações, dentre outras inquietações com a plateia em um papo público, possibilitando um grande encontro de informação e celebração.

A performance Parahyba Rio Mulher, do grupo que leva o mesmo nome, reconta o episódio da mudança de nome da cidade de Parahyba para João Pessoa, em 1930, a partir da história de Anayde Beiriz, protagonista do episódio que alterou os rumos da história da Paraíba e do Brasil. A trajetória de Anayde, mulher que desafiou padrões em uma sociedade paraibana conservadora de quase cem anos atrás, conecta-se às histórias de mulheres de ontem e de hoje. A primeira apresentação acontece às 17h no Jardim Suspenso do Terminal Urbano, e conta com mais duas performances nos dias 22 e 23.

A peça Os quatro cantos de Elpídio retrata o amor de uma menina por uma música. Catarina viaja pelos quatro cantos atrás do compositor que toca seu coração com tanta poesia e melodia. Uma história contada e cantada por oito festeiros, que passam por devoções, carnavais, personagens como Mazzaropi (que tiveram suas canções em filmes), até quem sabe chegar em Elpídio dos Santos, o tão procurado compositor. Um universo de cores, festas, lembranças, e muita saudade. A primeira sessão é às 19h, no Anfiteatro Nelson Castro, e também conta com mais duas apresentações nos dias 22 e 23.

A oficina de Fotografia da Cena, de Lenise Pinheiro, apresenta e contextualiza o fazer fotográfico na relação com as artes cênicas, por meio da partilha e retrospecto, e de atividades fotográficas práticas a serem realizadas pelos participantes, reforçando a importância das relações humanas, da sensibilidade, da criatividade e da simplicidade na captação de imagens, possibilitando registros de memória, espaço e tempo. A ação acontece das 11h às 13h na Casa de Cultura Dinorath do Valle, e nos dias 22 e 23.

Memórias originárias, de Eliane Potiguara, é um encontro às 15h na Sala de Múltiplo Uso do Sesc para refletir sobre as memórias originárias, articulando desafios, caminhos e trajetórias de (re)existências, que os povos indígenas enfrentam no processo identitário e na luta contra o apagamento sistematizado, destacando a importância do papel das mulheres indígenas pela ocupação e vivência da memória e de toda ancestralidade. São 30 vagas por ordem de chegada.

Para fechar o final de semana no Graneleiro, a noite de domingo é marcada pelo set Minas no Vinil, da DJ Lu Pequim, que mostra o protagonismo das mulheres ao soltarem suas vozes, expondo o novo lugar de fala e a construção de um novo olhar para as mulheres em uma sociedade patriarcal.

O projeto musical BalanSoul Brasil combina o groove envolvente com a alma vibrante da música brasileira. Com um repertório que celebra a riqueza e a diversidade da música brasileira, a atraçãol leva os ouvintes a uma experiência sonora e visual única, repleta de energia e autenticidade.

Com (Des)Encontros Transitórios, na transitoriedade das corpas, surge a proposição da presença física. A performance questiona o que transita na existência, se não a resistência? “Quais possibilidades de diálogo surgem quando corpos abjetos transmutam o movimento em sua travestilidade? Dizer de si, para si, constrói ou destrói? Entre reencontros e desencontros, onde me encontro?”

O show de Harmônikus combina as influências dos grandes mestres da música instrumental brasileira com a liberdade de criação e improviso do jazz. Desde sua formação, o projeto se destaca por apresentar sua musicalidade em diversos formatos, mas sem perder a essência da sua característica principal, que são os arranjos marcantes para cada trabalho.

Mais informações e materiais: https://www.fitriopreto.com.br/

Ingressos: R$ 20 (inteira); R$ 10 (meia-entrada: trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo credenciado no Sesc e seus dependentes, estudante, ID Jovem, servidor da escola pública, aposentado, pessoa com 60 anos ou mais, e pessoa com deficiência e o seu acompanhante. Classe teatral credenciada edição 2024 e participantes do festival com crachá de identificação) | Venda online disponível a partir de 04 de julho, às 17h, no site fitriopreto.com.br e venda presencial a partir de 05 de julho, às 17h, nas bilheterias do Sesc. Venda limitada a 2 ingressos por CPF, por espetáculo.

Espetáculos gratuitos para todos os públicos: Retirada online limitada a 4 ingressos por CPF, disponível a partir das 12h na véspera da apresentação, no site fitriopreto.com.br, e retirada presencial limitada a 1 ingresso por CPF, no dia e local da apresentação com 30 minutos de antecedência, caso haja disponibilidade.

Ingressos Graneleiro: Gratuito, sendo 50% dos ingressos distribuídos diariamente, on-line (fitriopreto.com.br/2024/bilheteria-do-graneleiro), a partir das 17h e os outros 50% distribuídos presencialmente, a partir das 22h30, na bilheteria do Graneleiro. 01 (um) ingresso por pessoa.

As ações [Per]Formativas são gratuitas e têm número limitado de público participante. Algumas são com inscrição prévia e outras com livre acesso, por ordem de chegada. Confira no site fitriopreto.com.br a capacidade de cada atividade, bem como o acesso ao formulário de inscrição.

Espetáculos em ruas e praças não possuem bilheteria.

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